terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sou

Sou como me ensinaram
Menina teimosa, que sabe o que quer
Que não impõe a vontade alheia, nem corre atrás
De quem só quer de vez em quando.

Sou como me educaram
Bato o pé, grito, e calo.
Luto com o punho como quem usa uma flor.
Choro calada na noite.

Sou como me pediram
Madura para idade, criança para a vida
Responsável até que se prove o contrário
Forte, como rocha. Frágil, como pena.

Sou como quiseram
Permissiva, impotente, submissa na hora certa
Difícil de lidar, fácil de enganar
Ingênua, esperta, maliciosa.

Sou como me permitir ser
Feroz, capaz, vingativa
Dolorida na alma
Guerreira na vida.

Sou como sou, mulher
Ora paz, ora guerra
Ora vida, ora morte
Ora sáude, ora vício.

Sou como... quem quiser!




quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Onomatopeias

Carros, caros
Caríssimos, claro
Cordialmente pagos
Encarecidamente vagos

Indubitavelmente fartos
Racionalmente raros
Catarse de palavras

Explicadas, exoneradas
Explicitas, deformes
Conforme a lógica.

Analogicamente inclusas
Em linhas estruturadas
De um muro de letras

Tecendo a teia de prosa
Ora poeta, ora locutor
Ora livres, ora presas
Letras distintas na cor.